O
QUE ESTÃO ENSINANDO AOS NOSSOS FILHOS?
PORTELA NETO, Francisco
Solano. O que estão ensinando aos nossos
filhos?: Uma Avaliação Crítica da Pedagogia Contemporânea apresentando a
resposta da Educação Escolar Cristã. Cidade: São José dos Campos, SP. Editora:
Fiel, Ano: 2012, páginas: 285.
O livro “O que estão
ensinando aos nossos filhos? ” Trata questões educacionais da formação
pedagógica atual, tecendo sérias críticas ao modelo mais utilizado nos nossos
dias, e indicando uma possível orientação pedagógica confessional, de modo mais
especificamente cristã.
Esta obra é dividida em três partes, elencadas da seguinte forma,
o Cenário, o Contraste e a Proposta, onde é mostrado a problemática da educação,
e de modo mais abrangente, a educação brasileira, no qual ele faz uma crítica
as escolas seculares e religiosas, que se utilizam da pedagogia construtivista.
Em seguida, mostra uma alternativa para a educação nos moldes cristãos, que
poderia ser usada por escolas confessionais ou não, e por fim, é apresentado
uma solução a problemática que fora tecida.
Já na introdução, o autor se dirige aos pais, uma vez que são
esses o alvo do livro, sendo, portanto, como um alerta para que os tais fiquem
atentos e se envolvam no cenário educacional do país. O mesmo sinal é feito aos
educadores e as escolas cristãs, para que estejam envolvidos nesse processo, como
família, igreja e escola, de forma que o assunto não seja deixado totalmente no
âmbito secular, e essa responsabilidade seja assumida por tais instituições, para
que seja possível apresentar uma proposta educacional redentiva para a
sociedade.
Em seguida, com o intuito de estabelecer o cenário, o autor nos
propõe uma reflexão, exemplificando com o depoimento de uma mulher chamada
Valéria Piassa Polizzi, retirado da revista Nova Escola, onde fala como uma jovem adulta aprendeu a ter
responsabilidades. A partir desse artigo, Solano Portela tece uma crítica a esse
testemunho, já que a revista Nova Escola enaltece tal depoimento, de como uma
jovem cresceu sem os limites morais estabelecidos para o desenvolvimento
responsável de uma pessoa adulta, demonstrando assim uma contradição gritante
Ainda falando sobre o cenário, o mesmo mostra no segundo capítulo
do livro, a realidade das escolas, ressaltando que as mesmas refletem os
padrões morais da sociedade na qual ela está inserida, é nesse ponto em que se
começa a esboçar uma crítica contra o construtivismo de Jean Piaget, explicando
suas nuanças e influências no meio educacional da atualidade brasileira. Nos
capítulos seguintes, o autor de forma mais abrangente atesta as formulações
filosóficas e pedagógicas de Jean Piaget no contexto contemporâneo, mostrando
que quase todo processo educacional hoje é abalizado sob suas diretrizes.
Em seguida, o autor continua a falar de Piaget, tratando de suas
pesquisas, e criticando seus postulados de moralidade, já que os valores morais
procedem de Deus, pois estão revelados em suas escrituras e podem ser passados
para outrem através de proposições objetivas. Ao fim da sua explanação do
cenário, informa que no construtivismo, o ensino não pode ser visto como
transmissão de conhecimento, pois essa é uma atividade ilegítima do professor,
alertando que é perigoso supervalorizar um método em detrimento do conhecimento
propriamente dito.
O autor faz afirmações de textos bíblicos, mostrando
a necessidade de apresentar verdades factuais, e se contrapondo aos postulados
filosóficos construtivistas, pois o mesmo não leva em conta as respostas
propostas e sim as perguntas que fazem para o direcionamento do aluno. No
decorrer da obra, ele expõe como a falta de diretrizes morais em uma escola é uma
influência nociva para o seu desenvolvimento, mostrando como exemplo, uma
escola inglesa, na qual não foi estabelecida nenhuma regra na formação de seus
alunos. Então, é abordado pelo autor o conceito de valores desse método
pedagógico, falando acerca da emancipação de cada ser que vai em direção ao
conhecimento do intelecto.
Na segunda parte da obra
em questão, o autor propõe o contraste, que é uma alternativa para o cenário
apresentado, como uma educação escolar cristã, fazendo a diferenciação de
educação religiosa e educação cristã, onde o primeiro é a instrução sobre as
doutrinas bíblicas e o outro é a instrução em todas as áreas do conhecimento,
onde são ministradas sob a autoridade de Deus como criador e mantenedor de
tudo.
Em seguida, ele fala
sobre a cosmovisão do modelo educacional bíblico, no qual o entendimento de
mundo se dá através do conhecimento de Deus. Mostrando a compreensão do
conhecimento escolar cristão, e aplicado as diversas esferas do saber visto
através da cosmovisão cristã reformada, onde Deus age diretamente no universo.
No capítulo vinte e
quatro, ao tratar sobre a didática de Cristo, o autor começa falando sobre um
artigo da revista veja, no qual mostra o fiasco da educação fundamental
brasileira, ao ser avaliada no Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (PISA). Nesse artigo, ele destaca que a causa deste fiasco são os
chamados “impérios pedagógicos”.
No decorrer de sua proposta, ao cenário educacional, o autor
destaca a importância de se impor os limites no processo da educação. Ele
ressalta que esses limites, exemplificados pelo ato de se dizer em determinados
momentos, não denegriria ou retardaria o processo educacional, pois esse ato
não simboliza desprezo ao amor, e sim compreensão correta do que este
verdadeiramente é. O autor dedica nesta parte do livro, capítulos de como as escolas
cristãs devem se portar diante desse quadro educacional hostil aos padrões cristãos.
Por fim, ele fala sobre a proposta, que é uma ampliação do
significado de uma pedagogia redentiva. Onde o autor propõe que a fé pode andar
lado a lado da ciência como base educacional. Ao desenrolar essa parte final,
ele enumera e conceitua as várias propostas de pedagogias existentes, mostrando
que todas essas propostas são insuficientes as lacunas pedagógicas, e não são
suficientes as necessidades de escolas cristãs, que seja apta a dialogar com
todas as matérias no âmbito educacional.
Em sua proposta, o autor maximiza as premissas de uma pedagogia
redentiva, como objetivo de uma educação cristã, ressaltando que um dos
postulados de tal pedagogia é a que o conhecimento pode ser apreendido como
verdade absoluta, e plena. Então ele argumenta como cada matéria do currículo
pedagógico pode ser revertido em uma base cristã que glorifique a Deus.
Então, concluo dizendo que as seções propostas no livro (o
cenário, o contraste e a proposta), é a avaliação possível ao molde educacional
vigente, dessa forma, O livro é indicado principalmente a educadores de modo
geral.